Susan Sontag 2

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Da leitura de “Reborn” sobrou-me a sensação de que, de repente, deixámos de ter tempo para tudo. Nem só para o acto de pensar e de nos pensarmos mas também para repararmos naquilo que olhamos e já não sabemos como ver. Vivemos um tempo que exige reacção, quanto mais rápida melhor, mas quanto daquilo que agimos é, de facto, consciente e significativo? Vivemo-nos à superfície e não ousamos arranhar a superfície do outro. Por medo de quê? De que o sangue que jorre dessa aparente agressão nos demonstre que o ser-se humano é bastante mais do existir em sangue e ferida? Falta-nos a ternura por nós mesmos. A mão que colocamos sobre os nossos ombros e com a qual nos impelimos a aprender que o mundo não é só o chão debaixo dos nossos pés mas tudo o que fica escondido por dentro.

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